quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Não fui no Rock in Rio mas fui no #TEDxVV

Bom, se eu tava esperando um ótimo assunto pra voltar a escrever, o TEDx Vale dos Vinhedos sem dúvida preenche todos os requisitos. Graças à querida Dani Miranda, participei pela primeira vez desse tipo de evento e espero que tenha sido o primeiro de muitos.

Apesar de ter trabalhado tanto tempo no mercado publicitário, a minha área mesmo é a informática. E lá pelas bandas dos nerds, a gente só ouve falar de palestras sobre programação, banco de dados, empreendedorismo e outros blablablás. De certa forma, o TED também aborda todos esses assuntos, porém sob outras perspectivas. Ainda bem. Porque mesmo que me interessem muito os assuntos técnicos, o que me motiva mesmo é ouvir uma opinião sincera sobre um tópico e, mais do que isso, uma experiência vivida com ele, mesmo que fracassada.

TEDx não é lugar de gente de mentirinha, que tá acostumada a enganar os outros com opiniões convenientes e presunçosas. É lugar de quem conta com paixão da sua vontade de fazer o que acredita ser a sua parte. O evento desse sábado me colocou o dedo na cara e mostrou como é simples fazer algo, mesmo que pareça pouco.

A parte boa de inovar é que a gente não tem a obrigação do sucesso. E ainda estaremos fazendo a nossa parte, mesmo que seja errando, o que em outro ponto de vista pode bem ser chamado de aprendizado.

Parabéns especial à Dani, que eu vi de perto se esforçando pra fazer esse evento acontecer da melhor forma possível. E outros muitos parabéns a todas as pessoas que trabalharam lá, apoiaram ou que de alguma forma fizeram com que aquelas ideias legais fossem passadas a outras pessoas, mesmo que por um simples RT. O mundo tem jeito, sim.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Brasil: a sétima economia do mundo

É de ficar com vergonha, constrangido e também muito triste. Li um texto que, dentre outras questões (mais políticas), fala de uns números que me deixaram de estômago embrulhado. O Brasil tem 44 milhões de pessoas pobres. Não é 4,4 milhões. São quarenta e quatro. E mais de 16 milhões vive com menos de 70 reais por mês. Quase 10% dos brasileiros vive com um terço do preço de um estacionamento em Porto Alegre.

Eu tive um professor de matemática que falava que pouca gente sabe quanto é 4,7 + 3,3. Mas que todo mundo sabe que R$ 4,70 + R$ 3,30 dá 8 reais. Pois aqui tem um número bem real. Tão real que, com algumas horas de exercício, dá até pra imaginar o que a gente faria com 70 reais por mês.

Eu costumo almoçar no RU, que custa R$ 1,30 por refeição. Supondo que almoce e jante lá por 22 dias do mês dá R$ 57,20. Sobrariam incríveis R$ 12,80 para eu comer nos dias em que o RU não abre, pra me locomover e pra me vestir. Infelizmente essas não são as únicas necessidades de uma pessoa e infelizmente nem todo mundo pode comer no RU.

Daí fica a pergunta? Como faz?
Como é possível viver com tão pouco? Eu poderia ficar horas escrevendo sobre coisas que em algum momento a gente precisa e que com certeza vão extrapolar esse orçamento.

O conceito do governo Dilma é "País rico é país sem pobreza" e o orçamento para o programa que se compromete a acabar com a situação de pobreza de 20 bilhões de reais. Um número bastante representativo, à primeira vista. Mas com um orçamento aprovado de 2 trilhões para 2011, o investimento para o programa já não parece tanto: fica em 1%. Nada mal para o programa que é o carro chefe do teu governo, Presidenta.

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Se te interessar, tem mais dados relevantes aqui: http://www.pnud.org.br

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A fábrica de dinheiro do camelódromo de POA.

Não, não vou falar sobre as lojas do camelódromo. Antes fosse.

O estacionamento do Iguatemi custa 5 reais. O do Moinhos, o shopping dos artistas, custa 6 (preço por várias horas). E o do camelódromo de Porto Alegre custa 6 reais por UMA HORA! Eu detesto caixa alta, mas tive que ressaltar isso. E tem mais: a isenção é de 5 (cinco) minutos.

É um estacionamento descoberto.
Então, imaginemos a seguinte situação:

• Tu chega de carro pra buscar alguém
• Chove uma daquelas chuvas bem ventosas de Porto Alegre
• Tu é obrigado a estacionar longe da saída do elevador
• A pessoa leva 5 minutos pra chegar e entrar no carro
• Tu ficou 6 minutos no estacionamento e vai pagar 6 reais por isso

Seis reais.

Vem cá, quem foi que teve a ideia de chamar o camelódromo de Centro 'Popular' de Compras? O que isso tem de popular? É mais caro que qualquer outro shopping da cidade. Isso sem falar no banheiro que, óbvio, tem que pagar pra usar.

Falando com os lojistas, descobre-se que toda semana fecham lojas ali. Isso porque eles não conseguem vender o suficiente para pagar os alugueis, que também não são nada populares. Mas alguém parece não estar com esse tipo de problema. Alguém parece estar ganhando muito dinheiro. Pena que não é quem deveria.

domingo, 17 de abril de 2011

A máfia do teste vocacional.

Uma vez eu ouvi essa célebre frase do seu Ivan, um dono de bar aqui em POA:
— Bah, mas não é fácil lidar com gente, tchê!
(e olha que, na minha humilde opinião, ele é ótimo nisso)

Me chama a atenção um negócio bastante irônico: a quantidade de pessoas trabalhando na profissão errada. Gente que trabalha lidando com pessoas e é péssima em lidar com pessoas. Gente que trabalha com comunicação e é péssima em comunicar-se com os outros.

Sabe quando tu precisa de um documento e vai com toda aquela ingenuidade solicitar em um lugar que praticamente só fornece documentos? É incrível como muitos desses lugares empregam pessoas que tratam muito mal quem vai solicitar qualquer coisa. Parece que o trabalho do cidadão é sempre um favor pra ti e que tu tá sempre abaixo do cu do cachorro.

É impressionante como esses lugares são importantes pra gente e é igualmente impressionante a quantidade de gente sem vontade de nos ajudar. A gente sai desanimado e esperando nunca mais precisar voltar no tal lugar pra pedir qualquer coisa. O fato é que isso é horrível.

Por que motivo, afinal, essas pessoas escolhem esses lugares? E eu não estou falando de estagiários ou gente nova. Tô falando de gente experiente, com 10 ou 20 anos de experiência. Esse pessoal tá na profissão errada? Será que em tanto tempo não deu pra perceber que realmente não é isso que a pessoa quer fazer? Eu sempre achei que com uns 5 anos de experiência já daria pra ter certeza absoluta de que, pelo menos, aquilo NÃO era o que tu queria.

Só pode ter uma máfia por aí. Falsificando testes vocacionais. Pessoas manipulando os resultados. Vai ver é por isso que tem tanta gente no lugar errado atrapalhando a nossa vida.

sábado, 2 de abril de 2011

Todo mundo quer dinheiro.

Essa semana ouvi mais um burburinho sobre o Google. Parece que agora eles vão fazer anúncios mais direcionados no Gmail, usando o conteúdo dos e-mails pra definir os interesses e tornar as propagandas mais eficazes. Sim, vão analisar o conteúdo das conversas para ganhar dinheiro em cima da gente.

É claro que muita gente ficou irritada e achou um absurdo. Mas daí eu pergunto: cadê a novidade? Só assim as pessoas percebem que as informações delas valem dinheiro? Só assim elas percebem que a privacidade delas tá sendo invadida? Pois se tu é um dos indignados, eu tenho uma novidade pra ti: faz muito tempo que tu não é mais um anônimo. Na internet, não existe essa história de privacidade. Todos esses serviços geniais e gratuitos que a gente usa querem o bem mais valioso dos dias hoje. Informação.

Por que uma empresa como o Facebook valeria muito mais que tanta multinacional consolidada há tantas décadas? Olha o tamanho da base de dados dos caras. Imagina quantos governos ou quantas empresas gigantes estão de olho nesses discos?

Acho que não existe uma solução pra isso. Talvez ser xiita e sumir da internet. Só sei que indignar-se com tudo e continuar compartilhando os dados da tua vida a torto e direito não vai resolver nada. Muita gente gosta de reclamar, mas geralmente é quem alimenta o sistema do qual reclama fervorosamente.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Consciência de usuário. Tem que ver isso aí.

Tô há horas pra comentar sobre um problema que eu vejo quase todos os dias. Trata-se de softwares. Mais precisamente daqueles que a gente compra, paga caro e, muitas vezes, acabam não satisfazendo algumas das nossas expectativas. A minha bronca é mais precisamente quanto à postura dos usuários perante esse problema.

A Adobe dominou o mercado publicitário com seus Photoshop, Illustrator e Indesign. E eu não nego: são ótimos programas. Porém, custam caro. Bem caro. O Photoshop ainda não tem um concorrente — sim, é possível usar o gimp, mas ainda tem que evoluir bastante pra usarmos profissionalmente. O Illustrator ficou no lugar do FreeHand (que a Adobe comprou e descontinuou). O Indesign é o melhor de todos. E vou explicar o motivo.

O Indesign tá na versão 7. O Illustrator, na 15. E os algoritmos do Indesign dão um banho no Illustrator. Salvar um arquivo no Indesign não demora quase nada. No Illustrator chega a ser irritante. E é aqui que eu lembro dos defensores.

"Ah, mas o Illustrator não foi feito pra ser rápido."
"Quem quer usar atalho, usa o Indesign."
"Não tem 'unembed link' porque tu tem que dar o embed quando tem certeza."

Ah, por favor. É muita ingenuidade, pessoal. É ridícula a diferença de tempo de cada operação nos dois softwares. É ridículo que os programas da mesma suíte não utilizem os mesmos atalhos. É ridículo que tu possa dar 'unembed' no Indesign e não possa no Illustrator.

Quando o Illustrator tinha uma página só eu ouvia: "Ah, mas ele foi feito pra ter uma página só". Daí colocaram os spreads na versão CS3 e todos que falavam ficaram quietos e procuraram outras histórias pra contar, só pra não dar o braço a torcer.

Tá na hora de esquecermos que não somos pagos pelas companhias de software e que somos os clientes. Se ficarmos babando ovo das empresas e não reclamarmos, os softwares nunca vão melhorar. Não é vagabundagem querer que o Indesign converta todos os textos em curvas de uma vez só. Não é vagabundagem querer guias automáticas no Photoshop.

Existe um espaço de tempo muito curto entre as atualizações das suítes de aplicativos. Muitos problemas são ignorados pelos fabricantes por continuarmos com essa postura de aceitar os defeitos ou de levantar uma bandeira defendendo empresa A ou B. Software decente não é favor. É obrigação.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Eu sou um pirata. E você?

Quem me conhece sabe o que eu penso sobre a pirataria. Resumindo o que penso, acredito que estamos em uma época de transição. Ainda estamos em uma era absurda, em que tudo é considerado pirataria e que ninguém sabe muito bem o que é e o que não é. Resumindo, tudo é. Tu é um pirata. Tu é um fora-da-lei.
Mas tudo vai mudar. E a gente vai ajudar.

O vídeo é o mais esclarecedor que eu já vi na internet sobre o assunto. É de uma palestra na Campus Party Brasil 2011 e acho que todos deveriam assistir inteiro. Como sei que muita gente não tem paciência pra assistir um vídeo por completo com mais de 52 segundos, vou citar alguns tópicos.

• Quem são eles?
Trata-se de quem ganha dinheiro e de quem não ganha. Quem quer ganhar dinheiro e quem eles não querem que ganhe. Aliás, quem eles querem que perca dinheiro.

• Manipulação de mentes
Como os órgãos e empresas que lucram com direitos e arrecadações manipulam as informações para que o mundo ache que eles estão certos e que o resto todo está errado.

• Se caiu na internet, é que nem mijar na piscina. Não adianta tentar limpar, porque não vai sair.

• A lei é soberana
Leis indiscutivelmente absurdas, em vigor ou não, em vários lugares do mundo. Até onde vai a insanidade de quem tem o poder.

• O que você pode (e deve) fazer
Para que as coisas mudem. Como tu pode realmente ajudar. E, acredite, é bem simples.


O palestrante é:

Alberto José Azevedo -- Cursou Tecnologia da Informação no CEFET-PR e possui mais de 14 anos de experiência em TI. É lider do projeto Security Experts Team e atua como Consultor de Segurança em todo o Brasil.

domingo, 13 de março de 2011

Tudo muda

Uma amiga me perguntou se eu não sentia medo de um dia me arrepender do que escrevo no blog, no caso de mudar de ideia quanto às minhas opiniões. Eu respondi convicto: não, não vou mudar de opinião.

Que burro. Pois já mudei. E percebi que mudo toda hora. Que por mais que o assunto seja bem simples e eu tenha bastante conhecimento, eu posso acabar mudando de ideia. A gente é assim.

Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Eu vou lhe desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Esses trechos da música do Raul exemplificam muito bem isso. Apesar de se tratar de poesia, falam exatamente do que acontece com a gente. E provavelmente esteja aqui uma grande virtude do ser humano.

É uma espécie de evolução. Pois pra mudar de ideia, tem que ser flexível. Tem que olhar pelo outro lado. Tem que dar o braço a torcer. Nem que seja para si mesmo.
Acho legal deixar isso escrito. Talvez daqui 10 anos eu leia o que escrevi e ache ridículo. E talvez isso aconteça daqui 10 minutos. É aí que está a graça.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Politicamente correto

Às vezes eu fico pensando nessa coisa do politicamente correto. Quem inventa essas coisas não se decide. Antes as pessoas falavam "os deficientes físicos". Depois, o correto virou "pessoas com necessidades especiais". Agora, eu vejo de novo falarem "pessoas com deficiência" como o novo politicamente correto. É de dar um nó na cabeça.

Faz tempo que eu não ouço palavras daquelas indiscutivelmente pejorativas. E isso é ótimo. O que me dá medo é errar o politicamente-correto-da-vez e me classificarem como "x"fóbico. Afinal, a fobia virou moda. Qualquer palavra que saia meio torta, já nos faz entrar nesse saco.

Fico pensando no que vai acontecer daqui um tempo, quando mais um monte de palavras forem politicamente incorretas. Na verdade, comecei a imaginar isso ouvindo os funks que tocam enlouquecidamente nos carros perto do meu prédio toda noite. Daqui um tempo essas músicas vão ser censuradas, creio eu. Sem contar muitas outras até do rock, mpb e outros estilos consagrados que certamente vão ser atingidas.

Espero que as coisas não mudem tanto assim. E que nos conscientizemos de que o politicamente incorreto não se trata só de palavras. Vai muito além disso. Assim como o politicamente correto.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O cara do Golf preto

Ricardo José Neis. Esse nome não vai ser apagado. Ainda bem. Por muito tempo (e talvez pra sempre), quando colocarmos ele no Google, vamos encontrar muitas das notícias que estamparam todos os portais nesses dias. Ainda bem. Ainda bem que nós fazemos isso. Não nos deixamos esquecer o que acontece. 

A internet nos ajuda a nos sentir um pouco menos injustiçados. É quase uma sensação de justiça ver Ricardo José Neis, #naofoiacidente e #massacritica nos assuntos mais comentados do Twitter.

Porque pode ser que esse cara nem seja preso. Pode ser que nem seja condenado. Mas esse nome jamais vai sair da internet. Nossos amigos, parentes, conhecidos e colegas de trabalho sempre saberão. Nossos e dele. E da família dele. Todos vamos continuar sabendo da barbárie que esse sujeito protagonizou.

Se ele vai pra cadeia, não sei. Mas tenho certeza que essa pressão que a internet coloca, faz a coisa andar mais depressa. Se a justiça for feita, ótimo. Não é mais que a obrigação. Mas se não for, já estamos fazendo a nossa. Pacificamente. Sem atropelar ninguém.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A tal inclusão digital

De acordo com o IDC, o Brasil é o 4º país que mais vende computadores no mundo. Antes de nós, tem os Estados Unidos, a China e o Japão, respectivamente. Pois é. Estamos depois do Japão. Aquele país da bandeira de bola vermelha. O país mais tecnológico da terra, onde tudo surge primeiro. E que também tem muito dinheiro.

O Brasil não é um país rico e eu não consigo entender como ficou na frente da Alemanha, por exemplo. Mas fico feliz com isso. Nós sabemos que a economia está aquecida e que foi o melhor natal dos últimos muitos anos. Mas esses dados sobre vendas de computadores dizem um pouquinho mais ainda. Foram 3,6 milhões de computadores, sendo 47,5% notebooks. O que significa que estamos essa tendência global que é a mobilidade. Notebook não é mais artigo de luxo e já substitui muito bem os desktops. Hoje os laptops chegam a custar 70% menos do que custavam há 5 anos atrás. E ainda tem os netbooks, que servem muito bem pra maioria das coisas que fazemos.

A parte mais legal é que como o poder de compra aumentou, os preços baixaram e as pessoas estão comprando informática como nunca, muita gente se beneficia com isso. Além de quem compra e quem vende, é claro, quem se dá muito bem também é quem fica com os computadores "antigos". E eu uso o meu próprio caso como exemplo.

Eu tinha um note (pc), que usava como desktop. Tinha decidido aposentar o pc de mesa pra ficar só com o note, por questões de espaço e de mobilidade. O meu pc antigo, vendi pra uma prima que não tinha computador por meia dúzia de pilas. Até que consegui finalmente comprar o meu MacBook e o meu note ficou pro meu pai, que nunca tinha usado computador. Hoje, a família da minha prima acessa a internet e usa o pc pra várias coisas. O meu pai, usa o computador na loja dele pra trocar e-mails com clientes e fornecedores e nunca mais comprou um jornal de papel.

É o fenômeno da inclusão digital. Quanto mais gente compra, mais sobra pra quem não tem, e mais gente entra pras estatísticas. Isso tem sido bom pra todo mundo. Espero que o país continue assim, consumindo tecnologia e proporcionando esse mundão de informações pra cada vez mais brasileiros.

 Lembrei desse vídeo que vi hoje. Achei do caralho. Vale o play.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Iternet 3G e muito óleo de peroba

Semana passada correram umas notícias sobre banda larga móvel no Japão. Pois é. Os japas continuam não perdendo nenhum minuto do dia de 72 horas deles. Agora eles deram pra testar uma rede móvel de 1Gbps. Vê se pode.

Um gigabit por segundo. Pra se ter ideia (ainda me acostumando a não acentuar essa palavra), eu pago uns 90 pilas por um plano da Oi de 2Mbps. Isso é praticamente quinhentas vezes menos velocidade! E a minha inernet não é móvel, não. É fixa, com modem, roteador, essas coisas. São 2 contra 1000. É como se estivessem voando num avião a 1000 km/h no Japão. E nós, montados em uma tartaruga, a 2 km/h.

Tava pesquisando por aqui e os dados mais recentes do lado de lá que achei foram: NTT DoCoMo (operadora japonesa) comercializando 4G na tecnologia LTE (Long Term Evolution) com velocidades de até 75Mbps, por planos de R$ 20,00 a R$ 130,00. Sim, 75Mbps NO CELULAR por 130 Reais. Se não me falha a memória, o "ilimitado" da Vivo custa R$ 120,00.

Esse post tem um único intuito: mostrar que as operadoras do Brasil estão se aproveitando dessa nova realidade. Hoje as pessoas estão dispostas a pagar mais pra ter as coisas por aqui. Pagar pra ter um celular e também pra usá-lo. Tá todo mundo querendo um plano de internet no celular. Mas a verdade é que a Vivo tem o que mais chega perto (muito longe ainda) do 3G e as outras ficam perto só do 1G. É muita cara de pau pra pouco investimento.

Vivo, Oi, Claro, Tim: quando é que vamos descer da tartaruga e, ao menos, subir a bordo de um Fusca?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Carrefour, Big e Zaffari: um recado pra vocês

A minha mãe queria uma daquelas máquinas de fazer pão. E como o aniversário dela tá chegando, resolvi fazer o agrado pra véia. Trilhano o caminho natural do século 21, pesquisei no Buscapé pra saber onde tinha mais barato.

Não lembro se era a melhor opção em preço, mas acabei decidindo pelo Submarino. Pois bem. Colocaram uma funcionalidade nova no site deles. De arrastar o produto pro carrinho. Pena que a merda não funciona. Tentei umas 17 vezes até desistir. Dei mais uma procurada na internet, mas já meio sem paciência, lembrei do Liquida Porto Alegre. Bem lembrado. Decidi dar uma de século 20 e ir olhar nas lojas físicas (falando nisso, o Submarino anda pedindo uns prazos insanos pra entregar as encomendas).

A primeira loja — e achei que ia ser a única — foi o Carrefour. Como sempre, um tumulto na parte de eletro. Abrindo um pequeno parêntese: tinha um cara comprando um micro system com uma tela que tocava DVD. Se querem a minha opinião sobre aquilo, é a seguinte: um lixo. Uma tela pequena demais para ver algo, uma marca de qualidade bem duvidosa e o volume no máximo parecia o meu notebook. Fecha parênteses. Enfim, no Carrefour tava até um preço bom, mas no cartão só dava pra fazer em 6x e com juros. Bem diferente do site, que dá pra comprar em 12x SEM JUROS. Na mesma loja, né. Coisa estranha. Então, resolvi ir no Big, que é do outro lado da rua.

O vendedor de eletro do Big tava vendendo um Home Teacher pra uma mulher lá, que não conseguia entender nada do que ele falava. Acho que não conseguia pelo fato de ele não falar nada com nada mesmo. Quando me atendeu, disse que a única diferença entre a máquina da Britânia e a da Mondial era a cor. E aconselhou a levar a preta porque a branca deve sujar mais. Hahaha. Obrigado por nada, amigo. No Big dá pra fazer em 12x sem juros no Hipercard, então resolvi levar aquela mesmo, afinal já tinha pesquisado sobre as funcionalidades na internet. Ele "tirou o meu pedido" rapidinho com papel e caneta e me encaminhou pro caixa. Pra pagar, rapidinho. Pra tirar a porra da nota fiscal (pra poder sair da loja), uma mulher umas 3x mais bocaberta que o cara. Lá se foram uns 25 minutos em pé, esperando a mulher se achar no meio da bagunça com as notas que ela mesma fez. Até que saí da loja, com o treco debaixo do braço sob um chuva tipicamente gaúcha. Claro que tinha que ter uma parte do estacionamento sem cobertura pra chegar até o carro. Mas tudo bem. Dá nada não.

O que me impressiona de tudo isso, não é o Big ser um mercado desorganizado. É que realmente as pessoas acreditam que é a melhor opção. No inverno eu procurei um aquecedor a óleo por tudo e não achei. Até que um dia passei no Zaffari pra comprar alguma coisa pra casa e dei de cara exatamente com o aquecedor que eu queria, no melhor preço e em 10x sem juros. Logo no Zaffari, o "careiro".

Então, duas coisas: tá na hora das lojas começarem a oferecer as mesmas condições de pagamento que oferecem em seus sites (isso foi pro Carrefour, mas serve pra Fnac e muitas outras). E está na hora de lojas como o Big começarem a respeitar mais os clientes. Primeiro, colocando gente que saiba o que está fazendo na loja. Segundo, dá uma olhada em como o Zaffari trabalha, e COPIA. Assim mesmo, na cara dura. Porque, depois da internet e da inclusão digital, os dias de reinado de vocês, estão contados.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Valeu, Concepa

Não é de hoje (nem de ontem) que os pedágios estão bem caros por essas bandas de cá. Só que a gente sofre mais no verão, quando arriscamos aquele marzão de Nescau e o vento que quebra até guarda-sol de titânio.

Mas o que me chamou realmente a atenção não foi o preço do pedágio (como se uns 15 mangos fosse barato pra ir e voltar da praia), mas sim a ganância da casinha da Coca-cola que tem no pedágio de Santo Antônio. Não tenho certeza se é da Coca, mas vocês sabem qual é.

A cena: tu chega meio-dia no pedágio. Aquele calorão. Nessa hora ninguém quer cafezinho. A gente só consegue pensar em algo gelado. Pois logo que a gente entra na casinha da Coca, vê um freezer desses abertos, tipo de super. Ali tem umas águas, sucos, refrigerantes e uns chás gelados. Porém, tudo morno. A frustração só passa ao virar pro outro lado, quando tu enxerga o freezer de picolé da Kibon. Aquilo é realmente um oásis. Várias opções e ninguém quer saber de preço mais.

Agora é só pagar e devorar o sorvete/picolé ali na rua. Chegando no caixa, a moça diz o preço: X reais e 50 centavos. Sim, tudo acaba com 50 centavos. Por quê? Por causa dessa frase:

— Posso te dar dois chiclés pelos 50 centavos?
— Não.

A moça fica bem menos simpática e tu fica com aquela cara de desconforto por terem tentado te engambelar 2 Clorets por meio Real.

Afinal, R$ 7,50 dá pouco lucro pra eles permitirem transitarmos por ali no verão. Valeu, Concepa.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pra quê?

Pra quê câmera? Pra quê agenda? Pra quê calculadora? Pra quê despertador? Pra quê notebook? Finalmente estamos chegando na era em que o telefone celular tem tudo que precisamos. Um concentrador de aparelhos que cabe dentro do bolso (às vezes com certa dificuldade).

Há alguns anos atrás, internet de banda larga (leia-se 256kbps) era artigo de luxo e a onda do momento eram as câmeras digitais de 2MP. Naquela época, imprimir fotos já não era algo lá muito usual. Pois hoje não é diferente. Ninguém imprime fotos mais. Só em ocasiões especiais, mas eu não estou falando de exceções. Os tais smartphones vieram mesmo pra ficar e estão ditando como vamos nos comunicar e, mais do que isso, como vamos viver a nossa vida, cada vez mais online. Sim, porque online e offline já se confundem faz um certo tempo pra muitas pessoas.

Um tempo atrás, dava pra dizer que celular não prestava como câmera, não prestava como player e muito menos como dispositivo pra navegar na web. Pois isso mudou. É óbvio que as câmeras evoluiram muito e todos sabemos que com R$ 300, agora conseguimos máquinas pequenas, práticas e de ótima qualidade. O problema é: pra quê? Câmera de 5MP já não é novidade nos celulares há anos. Antes as lentes eram ruins e os processadores eram lentos, o que fazia tirarmos fotos péssimas e que nunca saiam dos aparelhos. Hoje não é mais assim. Os aparelhos vêm equipados com câmeras potentes e rápidas. É claro que não têm 50% da qualidade de um equipamento dedicado. Mas aí eu pergunto: o que tu faz com as fotos que tira? Orkut e Facebook e Twitpic não precisam de grandes resoluções. A gente não faz mais nada com as fotos. Só ficamos empilhando cada vez mais no computador, isso quando baixamos do celular. Fora a comodidade de tirar uma foto de uma placa de ridícula e compartilhar essa bobagem com os amigos no instante em que a piada ainda é nova.

Os mais exigentes nem pensarão na hipótese de aposentar suas clicantes. Mas eles não se importam de carregar mais um aparelho. Porém, a maioria das pessoas não precisa. O celular serve muito bem. Notebook é farinha do mesmo saco. "Ah, eu posso levar meus arquivos pra lá e pra cá." São alguns casos bem específicos. Mas a maioria das pessoas vai abrir o note só pra acessar redes sociais e MSN. Não há motivos pra carregar um trambolho de 2/3Kg só pra ficar tagarelando na internet. Até os planos de internet pra celular (se tu for usar só essas coisas) servem bem e nem são tão caros. Afinal, se tu for comprar o note só pra isso, pode guardar a grana e comprar um bom celular com plano de dados decente e sair sem mochila.

Enfim, ao menos no meu caso, despertador e calculadora já são coisas do passado. Já vi uns apps até de HP 12C e também aquelas calculadoras gráficas caríssimas. Tudo de graça e aos montes na internet. Isso sem falar nos joguinhos que usam acelerômetro insuportavelmente viciantes e no GPS integrado nesses aparelhos. Não tem jeito. O negócio veio pra ficar. É só questão de avaliar as tuas necessidades e ver qual o melhor pra ti.

E não me venham com esse papo de que é caro demais. O MUNDO É CARO. Ou tu acha que 500 Reais num tênis, 200 numa bermuda e 450 num Ray Ban retrô são coisas acessíveis?

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

#pratuvê

Inaugurando o cabeçalho que o meu grande amigo Marco criou.
Não perguntei pra ele o que esse layout significa exatamente. Mas, pra mim, não faz sentido nenhum. Espero que seja essa a ideia. E provavelmente foi por isso que eu achei tão bom. A inauguração oficial será ainda nesta semana, em algum bar da província (ou em alguma casa, dependendo de quanto dinheiro a galera tiver).

Vale o clique no flickr do cara.
http://www.flickr.com/mrcanr

Desperdício de cérebro

Pra quem vive conectado e tem amigos que compartilham informação, tudo se torna velho muito rápido. Se já é fim de tarde, uma notícia de algo que aconteceu pela manhã, parece que é de ontem. Até essa hora já viu umas 3 vezes e já comentou com alguém ou alguéns. A questão é: quanta merda a gente vê e lê? Quantos por cento do que a gente olha na internet presta pra alguma coisa?

É quase a cultura do "Tu já viu?". A gente TEM que ver tudo. Tem que conhecer todos os vídeos engraçados e assistir todos os stand ups da internet inteira. Temos que conhecer as características de todos smartphones que foram lançados na última semana e não podemos deixar de saber do aplicativo que calcula a média de vezes que tu vai ao banheiro em cinco anos.

O problema é que gente esquece de tudo que realmente tinha que fazer. Levamos zero na faculdade e ainda temos a cara de pau de dizer que não tivemos tempo pra dar uma olhada melhor na matéria ou ler a respeito. Se a gente pegasse 50% do tempo que passamos olhando bobagem na internet e usássemos pra ler algo que agregasse qualquer coisa pra nossa profissão ou pra nossa vida, provavelmente estaríamos desperdiçando exatamente 50% menos do nosso cérebro.

Não que a gente não deva se divertir com um pouco desse conteúdo inacreditável que alguns desocupados se empenham em produzir. Afinal, muito disso vai fazer parte das conversas no barzinho depois do expediente. Mas já que a gente vai ocupar o HD de qualquer jeito, podemos fazer um esforço pra, pelo menos, selecionar um pouco melhor a informação, no meio do bombardeio a que somos submetidos pelos blogs, Twitters, MSNs, GTalks, Facebooks e afins.

A vida nessa Web 2.0 vai exigir cada vez mais que a gente se organize pra que essa imensa quantidade redudante de informação não venha parar toda dentro no nosso cérebro. Cérebro esse, que tá enchendo bem mais rápido que o das gerações anteriores e que, infelizmente, só temos um.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Orkuts, Facebooks e assemelhados

Já faz um tempo que eu queria comentar sobre isso, mas o Twitter não proporciona espaço suficiente. Tenho observado um claro ódio coletivo dos internautas (essa palavra já parece velha, né?) com a rede social do Google. O céu fechou pro orkut. Ter perfil no Orkut hoje em dia é pra gente subdesenvolvida. Usar ele como a sua rede social então, é quase motivo de fuzilamento em internet pública. Tem gente que acessa o Orkut escondido. Que muda a cor da interface pra não verem que é ele que tá na tela.

O Facebook é a onda do momento. Com aquele visual clean e um formato que lembra um blog. Tons pastéis, uma barrinha azul em cima e comunicador instantâneo. Simples e perfeito. E o melhor: a ralé ficou quase toda no Orkut. Estar no Facebook é sinônimo de status. É fazer parte da alta sociedade da internet.

Sinceramente, por mim, eu deletava os perfis que eu tenho nas duas redes. O que acontece é que pra mim eles são como aqueles jogos geniais do iPhone ou do Android. Que tu baixa um dia, te encanta e depois só usa de vez em nunca. O problema é que tu usa. Ou que pode vir a usar. Os joguinhos são legais, então tu deixa eles lá, no canto deles.

Na verdade, o meu ponto é o seguinte:
vamos se respeitar, pessoal!

Cheguei ao cúmulo de ler um tweet (retuitado, inclusive) de que "pobre usa Orkut e ainda acha chique". Poxa, galere. Esse é o tipo de comentário completamente desnecessário. A internet tá deixando as pessoas cada vez mais intolerantes. É a mesma história do BBB. Não precisa te incomodar tanto com ele expremendo o teu cérebro pra coletar todos os xingamentos que tu conhece. É só um programa de TV. Tu não precisa assistir. Só assiste quem quer. Só conversa sobre BBB quem quer. As novelas estão aí há tanto tempo e ninguém fala nada. Porque todo mundo já se acostumou. Parece que a internet impõe uma necessidade de falar mal das coisas. E que se tu não falar, tu é um sem cultura ou sem opinião.

Isso que eu não vou nem entrar no mérito dos dados da tua vida que os sites estão acumulando e negociando por aí. Isso é assunto pra outro post.

Mas em resumo, um pedido: alivia aí, tchê. Debreia.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pauta livre

Em tempos de pauta livre, até Youtube, Vimeo e Google Reader ficam entediantes. Parece que tá todo mundo sem inspiração. Até os sites de bobagens não postam nada que te faça esboçar um sorriso. Aumenta-se consideravelmente o número de cafés e idas ao banheiro. Pra mim, a pior hora é três da tarde. Nessa hora, tu já almoçou e já imitou aquela jibóia. Só ficou a bobeira. Dá vontade de ficar olhando pra rua, torcendo pra que assaltem o banco ou que alguém quase seja atropelado. Eu disse quase. E como eu não quero que nada disso aconteça de verdade, resolvi criar esse blog. Provavelmente eu só escreva merda por aqui. Mas também, só lê quem quiser. Como aqueles exemplos simples de linguagens de programação, Hello World!