segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O cara do Golf preto

Ricardo José Neis. Esse nome não vai ser apagado. Ainda bem. Por muito tempo (e talvez pra sempre), quando colocarmos ele no Google, vamos encontrar muitas das notícias que estamparam todos os portais nesses dias. Ainda bem. Ainda bem que nós fazemos isso. Não nos deixamos esquecer o que acontece. 

A internet nos ajuda a nos sentir um pouco menos injustiçados. É quase uma sensação de justiça ver Ricardo José Neis, #naofoiacidente e #massacritica nos assuntos mais comentados do Twitter.

Porque pode ser que esse cara nem seja preso. Pode ser que nem seja condenado. Mas esse nome jamais vai sair da internet. Nossos amigos, parentes, conhecidos e colegas de trabalho sempre saberão. Nossos e dele. E da família dele. Todos vamos continuar sabendo da barbárie que esse sujeito protagonizou.

Se ele vai pra cadeia, não sei. Mas tenho certeza que essa pressão que a internet coloca, faz a coisa andar mais depressa. Se a justiça for feita, ótimo. Não é mais que a obrigação. Mas se não for, já estamos fazendo a nossa. Pacificamente. Sem atropelar ninguém.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A tal inclusão digital

De acordo com o IDC, o Brasil é o 4º país que mais vende computadores no mundo. Antes de nós, tem os Estados Unidos, a China e o Japão, respectivamente. Pois é. Estamos depois do Japão. Aquele país da bandeira de bola vermelha. O país mais tecnológico da terra, onde tudo surge primeiro. E que também tem muito dinheiro.

O Brasil não é um país rico e eu não consigo entender como ficou na frente da Alemanha, por exemplo. Mas fico feliz com isso. Nós sabemos que a economia está aquecida e que foi o melhor natal dos últimos muitos anos. Mas esses dados sobre vendas de computadores dizem um pouquinho mais ainda. Foram 3,6 milhões de computadores, sendo 47,5% notebooks. O que significa que estamos essa tendência global que é a mobilidade. Notebook não é mais artigo de luxo e já substitui muito bem os desktops. Hoje os laptops chegam a custar 70% menos do que custavam há 5 anos atrás. E ainda tem os netbooks, que servem muito bem pra maioria das coisas que fazemos.

A parte mais legal é que como o poder de compra aumentou, os preços baixaram e as pessoas estão comprando informática como nunca, muita gente se beneficia com isso. Além de quem compra e quem vende, é claro, quem se dá muito bem também é quem fica com os computadores "antigos". E eu uso o meu próprio caso como exemplo.

Eu tinha um note (pc), que usava como desktop. Tinha decidido aposentar o pc de mesa pra ficar só com o note, por questões de espaço e de mobilidade. O meu pc antigo, vendi pra uma prima que não tinha computador por meia dúzia de pilas. Até que consegui finalmente comprar o meu MacBook e o meu note ficou pro meu pai, que nunca tinha usado computador. Hoje, a família da minha prima acessa a internet e usa o pc pra várias coisas. O meu pai, usa o computador na loja dele pra trocar e-mails com clientes e fornecedores e nunca mais comprou um jornal de papel.

É o fenômeno da inclusão digital. Quanto mais gente compra, mais sobra pra quem não tem, e mais gente entra pras estatísticas. Isso tem sido bom pra todo mundo. Espero que o país continue assim, consumindo tecnologia e proporcionando esse mundão de informações pra cada vez mais brasileiros.

 Lembrei desse vídeo que vi hoje. Achei do caralho. Vale o play.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Iternet 3G e muito óleo de peroba

Semana passada correram umas notícias sobre banda larga móvel no Japão. Pois é. Os japas continuam não perdendo nenhum minuto do dia de 72 horas deles. Agora eles deram pra testar uma rede móvel de 1Gbps. Vê se pode.

Um gigabit por segundo. Pra se ter ideia (ainda me acostumando a não acentuar essa palavra), eu pago uns 90 pilas por um plano da Oi de 2Mbps. Isso é praticamente quinhentas vezes menos velocidade! E a minha inernet não é móvel, não. É fixa, com modem, roteador, essas coisas. São 2 contra 1000. É como se estivessem voando num avião a 1000 km/h no Japão. E nós, montados em uma tartaruga, a 2 km/h.

Tava pesquisando por aqui e os dados mais recentes do lado de lá que achei foram: NTT DoCoMo (operadora japonesa) comercializando 4G na tecnologia LTE (Long Term Evolution) com velocidades de até 75Mbps, por planos de R$ 20,00 a R$ 130,00. Sim, 75Mbps NO CELULAR por 130 Reais. Se não me falha a memória, o "ilimitado" da Vivo custa R$ 120,00.

Esse post tem um único intuito: mostrar que as operadoras do Brasil estão se aproveitando dessa nova realidade. Hoje as pessoas estão dispostas a pagar mais pra ter as coisas por aqui. Pagar pra ter um celular e também pra usá-lo. Tá todo mundo querendo um plano de internet no celular. Mas a verdade é que a Vivo tem o que mais chega perto (muito longe ainda) do 3G e as outras ficam perto só do 1G. É muita cara de pau pra pouco investimento.

Vivo, Oi, Claro, Tim: quando é que vamos descer da tartaruga e, ao menos, subir a bordo de um Fusca?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Carrefour, Big e Zaffari: um recado pra vocês

A minha mãe queria uma daquelas máquinas de fazer pão. E como o aniversário dela tá chegando, resolvi fazer o agrado pra véia. Trilhano o caminho natural do século 21, pesquisei no Buscapé pra saber onde tinha mais barato.

Não lembro se era a melhor opção em preço, mas acabei decidindo pelo Submarino. Pois bem. Colocaram uma funcionalidade nova no site deles. De arrastar o produto pro carrinho. Pena que a merda não funciona. Tentei umas 17 vezes até desistir. Dei mais uma procurada na internet, mas já meio sem paciência, lembrei do Liquida Porto Alegre. Bem lembrado. Decidi dar uma de século 20 e ir olhar nas lojas físicas (falando nisso, o Submarino anda pedindo uns prazos insanos pra entregar as encomendas).

A primeira loja — e achei que ia ser a única — foi o Carrefour. Como sempre, um tumulto na parte de eletro. Abrindo um pequeno parêntese: tinha um cara comprando um micro system com uma tela que tocava DVD. Se querem a minha opinião sobre aquilo, é a seguinte: um lixo. Uma tela pequena demais para ver algo, uma marca de qualidade bem duvidosa e o volume no máximo parecia o meu notebook. Fecha parênteses. Enfim, no Carrefour tava até um preço bom, mas no cartão só dava pra fazer em 6x e com juros. Bem diferente do site, que dá pra comprar em 12x SEM JUROS. Na mesma loja, né. Coisa estranha. Então, resolvi ir no Big, que é do outro lado da rua.

O vendedor de eletro do Big tava vendendo um Home Teacher pra uma mulher lá, que não conseguia entender nada do que ele falava. Acho que não conseguia pelo fato de ele não falar nada com nada mesmo. Quando me atendeu, disse que a única diferença entre a máquina da Britânia e a da Mondial era a cor. E aconselhou a levar a preta porque a branca deve sujar mais. Hahaha. Obrigado por nada, amigo. No Big dá pra fazer em 12x sem juros no Hipercard, então resolvi levar aquela mesmo, afinal já tinha pesquisado sobre as funcionalidades na internet. Ele "tirou o meu pedido" rapidinho com papel e caneta e me encaminhou pro caixa. Pra pagar, rapidinho. Pra tirar a porra da nota fiscal (pra poder sair da loja), uma mulher umas 3x mais bocaberta que o cara. Lá se foram uns 25 minutos em pé, esperando a mulher se achar no meio da bagunça com as notas que ela mesma fez. Até que saí da loja, com o treco debaixo do braço sob um chuva tipicamente gaúcha. Claro que tinha que ter uma parte do estacionamento sem cobertura pra chegar até o carro. Mas tudo bem. Dá nada não.

O que me impressiona de tudo isso, não é o Big ser um mercado desorganizado. É que realmente as pessoas acreditam que é a melhor opção. No inverno eu procurei um aquecedor a óleo por tudo e não achei. Até que um dia passei no Zaffari pra comprar alguma coisa pra casa e dei de cara exatamente com o aquecedor que eu queria, no melhor preço e em 10x sem juros. Logo no Zaffari, o "careiro".

Então, duas coisas: tá na hora das lojas começarem a oferecer as mesmas condições de pagamento que oferecem em seus sites (isso foi pro Carrefour, mas serve pra Fnac e muitas outras). E está na hora de lojas como o Big começarem a respeitar mais os clientes. Primeiro, colocando gente que saiba o que está fazendo na loja. Segundo, dá uma olhada em como o Zaffari trabalha, e COPIA. Assim mesmo, na cara dura. Porque, depois da internet e da inclusão digital, os dias de reinado de vocês, estão contados.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Valeu, Concepa

Não é de hoje (nem de ontem) que os pedágios estão bem caros por essas bandas de cá. Só que a gente sofre mais no verão, quando arriscamos aquele marzão de Nescau e o vento que quebra até guarda-sol de titânio.

Mas o que me chamou realmente a atenção não foi o preço do pedágio (como se uns 15 mangos fosse barato pra ir e voltar da praia), mas sim a ganância da casinha da Coca-cola que tem no pedágio de Santo Antônio. Não tenho certeza se é da Coca, mas vocês sabem qual é.

A cena: tu chega meio-dia no pedágio. Aquele calorão. Nessa hora ninguém quer cafezinho. A gente só consegue pensar em algo gelado. Pois logo que a gente entra na casinha da Coca, vê um freezer desses abertos, tipo de super. Ali tem umas águas, sucos, refrigerantes e uns chás gelados. Porém, tudo morno. A frustração só passa ao virar pro outro lado, quando tu enxerga o freezer de picolé da Kibon. Aquilo é realmente um oásis. Várias opções e ninguém quer saber de preço mais.

Agora é só pagar e devorar o sorvete/picolé ali na rua. Chegando no caixa, a moça diz o preço: X reais e 50 centavos. Sim, tudo acaba com 50 centavos. Por quê? Por causa dessa frase:

— Posso te dar dois chiclés pelos 50 centavos?
— Não.

A moça fica bem menos simpática e tu fica com aquela cara de desconforto por terem tentado te engambelar 2 Clorets por meio Real.

Afinal, R$ 7,50 dá pouco lucro pra eles permitirem transitarmos por ali no verão. Valeu, Concepa.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Pra quê?

Pra quê câmera? Pra quê agenda? Pra quê calculadora? Pra quê despertador? Pra quê notebook? Finalmente estamos chegando na era em que o telefone celular tem tudo que precisamos. Um concentrador de aparelhos que cabe dentro do bolso (às vezes com certa dificuldade).

Há alguns anos atrás, internet de banda larga (leia-se 256kbps) era artigo de luxo e a onda do momento eram as câmeras digitais de 2MP. Naquela época, imprimir fotos já não era algo lá muito usual. Pois hoje não é diferente. Ninguém imprime fotos mais. Só em ocasiões especiais, mas eu não estou falando de exceções. Os tais smartphones vieram mesmo pra ficar e estão ditando como vamos nos comunicar e, mais do que isso, como vamos viver a nossa vida, cada vez mais online. Sim, porque online e offline já se confundem faz um certo tempo pra muitas pessoas.

Um tempo atrás, dava pra dizer que celular não prestava como câmera, não prestava como player e muito menos como dispositivo pra navegar na web. Pois isso mudou. É óbvio que as câmeras evoluiram muito e todos sabemos que com R$ 300, agora conseguimos máquinas pequenas, práticas e de ótima qualidade. O problema é: pra quê? Câmera de 5MP já não é novidade nos celulares há anos. Antes as lentes eram ruins e os processadores eram lentos, o que fazia tirarmos fotos péssimas e que nunca saiam dos aparelhos. Hoje não é mais assim. Os aparelhos vêm equipados com câmeras potentes e rápidas. É claro que não têm 50% da qualidade de um equipamento dedicado. Mas aí eu pergunto: o que tu faz com as fotos que tira? Orkut e Facebook e Twitpic não precisam de grandes resoluções. A gente não faz mais nada com as fotos. Só ficamos empilhando cada vez mais no computador, isso quando baixamos do celular. Fora a comodidade de tirar uma foto de uma placa de ridícula e compartilhar essa bobagem com os amigos no instante em que a piada ainda é nova.

Os mais exigentes nem pensarão na hipótese de aposentar suas clicantes. Mas eles não se importam de carregar mais um aparelho. Porém, a maioria das pessoas não precisa. O celular serve muito bem. Notebook é farinha do mesmo saco. "Ah, eu posso levar meus arquivos pra lá e pra cá." São alguns casos bem específicos. Mas a maioria das pessoas vai abrir o note só pra acessar redes sociais e MSN. Não há motivos pra carregar um trambolho de 2/3Kg só pra ficar tagarelando na internet. Até os planos de internet pra celular (se tu for usar só essas coisas) servem bem e nem são tão caros. Afinal, se tu for comprar o note só pra isso, pode guardar a grana e comprar um bom celular com plano de dados decente e sair sem mochila.

Enfim, ao menos no meu caso, despertador e calculadora já são coisas do passado. Já vi uns apps até de HP 12C e também aquelas calculadoras gráficas caríssimas. Tudo de graça e aos montes na internet. Isso sem falar nos joguinhos que usam acelerômetro insuportavelmente viciantes e no GPS integrado nesses aparelhos. Não tem jeito. O negócio veio pra ficar. É só questão de avaliar as tuas necessidades e ver qual o melhor pra ti.

E não me venham com esse papo de que é caro demais. O MUNDO É CARO. Ou tu acha que 500 Reais num tênis, 200 numa bermuda e 450 num Ray Ban retrô são coisas acessíveis?