quarta-feira, 30 de março de 2011

Consciência de usuário. Tem que ver isso aí.

Tô há horas pra comentar sobre um problema que eu vejo quase todos os dias. Trata-se de softwares. Mais precisamente daqueles que a gente compra, paga caro e, muitas vezes, acabam não satisfazendo algumas das nossas expectativas. A minha bronca é mais precisamente quanto à postura dos usuários perante esse problema.

A Adobe dominou o mercado publicitário com seus Photoshop, Illustrator e Indesign. E eu não nego: são ótimos programas. Porém, custam caro. Bem caro. O Photoshop ainda não tem um concorrente — sim, é possível usar o gimp, mas ainda tem que evoluir bastante pra usarmos profissionalmente. O Illustrator ficou no lugar do FreeHand (que a Adobe comprou e descontinuou). O Indesign é o melhor de todos. E vou explicar o motivo.

O Indesign tá na versão 7. O Illustrator, na 15. E os algoritmos do Indesign dão um banho no Illustrator. Salvar um arquivo no Indesign não demora quase nada. No Illustrator chega a ser irritante. E é aqui que eu lembro dos defensores.

"Ah, mas o Illustrator não foi feito pra ser rápido."
"Quem quer usar atalho, usa o Indesign."
"Não tem 'unembed link' porque tu tem que dar o embed quando tem certeza."

Ah, por favor. É muita ingenuidade, pessoal. É ridícula a diferença de tempo de cada operação nos dois softwares. É ridículo que os programas da mesma suíte não utilizem os mesmos atalhos. É ridículo que tu possa dar 'unembed' no Indesign e não possa no Illustrator.

Quando o Illustrator tinha uma página só eu ouvia: "Ah, mas ele foi feito pra ter uma página só". Daí colocaram os spreads na versão CS3 e todos que falavam ficaram quietos e procuraram outras histórias pra contar, só pra não dar o braço a torcer.

Tá na hora de esquecermos que não somos pagos pelas companhias de software e que somos os clientes. Se ficarmos babando ovo das empresas e não reclamarmos, os softwares nunca vão melhorar. Não é vagabundagem querer que o Indesign converta todos os textos em curvas de uma vez só. Não é vagabundagem querer guias automáticas no Photoshop.

Existe um espaço de tempo muito curto entre as atualizações das suítes de aplicativos. Muitos problemas são ignorados pelos fabricantes por continuarmos com essa postura de aceitar os defeitos ou de levantar uma bandeira defendendo empresa A ou B. Software decente não é favor. É obrigação.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Eu sou um pirata. E você?

Quem me conhece sabe o que eu penso sobre a pirataria. Resumindo o que penso, acredito que estamos em uma época de transição. Ainda estamos em uma era absurda, em que tudo é considerado pirataria e que ninguém sabe muito bem o que é e o que não é. Resumindo, tudo é. Tu é um pirata. Tu é um fora-da-lei.
Mas tudo vai mudar. E a gente vai ajudar.

O vídeo é o mais esclarecedor que eu já vi na internet sobre o assunto. É de uma palestra na Campus Party Brasil 2011 e acho que todos deveriam assistir inteiro. Como sei que muita gente não tem paciência pra assistir um vídeo por completo com mais de 52 segundos, vou citar alguns tópicos.

• Quem são eles?
Trata-se de quem ganha dinheiro e de quem não ganha. Quem quer ganhar dinheiro e quem eles não querem que ganhe. Aliás, quem eles querem que perca dinheiro.

• Manipulação de mentes
Como os órgãos e empresas que lucram com direitos e arrecadações manipulam as informações para que o mundo ache que eles estão certos e que o resto todo está errado.

• Se caiu na internet, é que nem mijar na piscina. Não adianta tentar limpar, porque não vai sair.

• A lei é soberana
Leis indiscutivelmente absurdas, em vigor ou não, em vários lugares do mundo. Até onde vai a insanidade de quem tem o poder.

• O que você pode (e deve) fazer
Para que as coisas mudem. Como tu pode realmente ajudar. E, acredite, é bem simples.


O palestrante é:

Alberto José Azevedo -- Cursou Tecnologia da Informação no CEFET-PR e possui mais de 14 anos de experiência em TI. É lider do projeto Security Experts Team e atua como Consultor de Segurança em todo o Brasil.

domingo, 13 de março de 2011

Tudo muda

Uma amiga me perguntou se eu não sentia medo de um dia me arrepender do que escrevo no blog, no caso de mudar de ideia quanto às minhas opiniões. Eu respondi convicto: não, não vou mudar de opinião.

Que burro. Pois já mudei. E percebi que mudo toda hora. Que por mais que o assunto seja bem simples e eu tenha bastante conhecimento, eu posso acabar mudando de ideia. A gente é assim.

Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Eu vou lhe desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Esses trechos da música do Raul exemplificam muito bem isso. Apesar de se tratar de poesia, falam exatamente do que acontece com a gente. E provavelmente esteja aqui uma grande virtude do ser humano.

É uma espécie de evolução. Pois pra mudar de ideia, tem que ser flexível. Tem que olhar pelo outro lado. Tem que dar o braço a torcer. Nem que seja para si mesmo.
Acho legal deixar isso escrito. Talvez daqui 10 anos eu leia o que escrevi e ache ridículo. E talvez isso aconteça daqui 10 minutos. É aí que está a graça.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Politicamente correto

Às vezes eu fico pensando nessa coisa do politicamente correto. Quem inventa essas coisas não se decide. Antes as pessoas falavam "os deficientes físicos". Depois, o correto virou "pessoas com necessidades especiais". Agora, eu vejo de novo falarem "pessoas com deficiência" como o novo politicamente correto. É de dar um nó na cabeça.

Faz tempo que eu não ouço palavras daquelas indiscutivelmente pejorativas. E isso é ótimo. O que me dá medo é errar o politicamente-correto-da-vez e me classificarem como "x"fóbico. Afinal, a fobia virou moda. Qualquer palavra que saia meio torta, já nos faz entrar nesse saco.

Fico pensando no que vai acontecer daqui um tempo, quando mais um monte de palavras forem politicamente incorretas. Na verdade, comecei a imaginar isso ouvindo os funks que tocam enlouquecidamente nos carros perto do meu prédio toda noite. Daqui um tempo essas músicas vão ser censuradas, creio eu. Sem contar muitas outras até do rock, mpb e outros estilos consagrados que certamente vão ser atingidas.

Espero que as coisas não mudem tanto assim. E que nos conscientizemos de que o politicamente incorreto não se trata só de palavras. Vai muito além disso. Assim como o politicamente correto.